Sobre a saída de Marcelo Freixo do PSOL
Diante do empate na Executiva Nacional do PSOL na resposta pública sobre a saída do Deputado Federal Marcelo Freixo, divulgamos a nota apresentada por uma parte da Executiva e do qual temos acordo.
Reconhecemos o papel do companheiro Marcelo Freixo nos últimos anos com sua atuação combativa contra as milícias no Rio de Janeiro e os governos estaduais de Cabral, Pezão e Witzel. A correta localização política do PSOL sendo oposição da direita permitiu que Marcelo fosse a expressão pública mais avançada desse processo e chegasse a conduzir a CPI das milícias e depois disputar pelo partido as eleições para a Prefeitura do Rio em 2012, com a Primavera Carioca e posteriormente em 2016.
Freixo foi capaz de aglutinar em suas candidaturas os setores mais combativos da cidade do Rio de Janeiro, produziu em 2012 e 2016 campanhas que tornaram possivel inspirar uma geração de jovens ao se mostrar como alternativa a burguesia fisiologica que historicamente governa a cidade, se conformando como uma alternativa real a todos que achavam que um outro Rio de Janeiro era possivel.
Apesar de sua história, Freixo acabou aceitando a política tradicional e sua lógica burguesa, marcada por negociações em que os direitos sociais dos trabalhadores são abandonados. Prova maior disso é sua busca de união com o prefeito Eduardo Paes, o deputado federal Rodrigo Maia e, agora, a declaração aberta da incorporação de políticos neoliberais na elaboração de seu programa de governo para o Rio de Janeiro. Faz parte da equipe de programa de Freixo o ministro de Temer na intervenção militar nas favelas do Rio, Raul Jungmann. Figura de proa também do governos FHC.
É clara para o PSOL a necessidade de derrotar a extrema-direita e as milícias, para isso achamos fundamental a mais ampla unidade de ação nas ruas , como foi o dia 29 de maio e a necessidade de irmos para as ruas no dia 19 de junho. Além disso, defendemos que as mobilizações em curso precisam sintetizar um programa que se apresente na disputa eleitoral de 2022.
Não estamos dispostos a abrir mão dos direitos sociais e econômicos dos trabalhadores, realizando um governo comum com a burguesia liberal, infelizmente este é o plano de Freixo.
Essa burguesia liberal sempre governou atacando os interesses do povo. Freixo quer governar com eles. E não foi para isso que construímos o PSOL. Que Freixo siga seu novo caminho. Nós vamos seguir lutando para que os trabalhadores e o povo governem. Vamos seguir defendendo a necessidade de derrotar Bolsonaro/Mourão/Cláudio Castro/Paes nas ruas. Por isso é fundamental a construção de uma grande jornada de luta no dia 19 de junho. Nesse caminho defendermo a necessidade a construção de uma candidatura do partido tanto a nível nacional, quanto no estado. Essa é a essência do nosso partido no nascedouro e o combustível fundamental da nossa luta.
Membros da Executiva:
- Bernadete Menezes
- Francisvaldo Mendes
- Israel Dutra
- Mariana Riscali
- Leandro Recife
- Rogério Silva
- Douglas Diniz
- Tarzia Medeiros
- Zenaide Lima