Ingresso de Brasil na OCDE. Receitas imperialistas conhecidas

Diante de tantos fatos que vemos ocorrendo nos mais diferentes noticiários percebemos as tentativas de reorganizar um sistema capitalista em crisis. Não é mais uma crise, o capitalismo imperialista enfrenta um processo de transformação estrutural, que ultrapassa os limites da economia. Todo o sistema oscila e, por esse motivo, do império nas mãos de Trump, tentam impedir o avanço dessa transformação e restabelecer uma ordem mundial que dificilmente é recuperável no mundo cheio de rebeliões e mobilizações de massa que vivemos.

Desde as maneiras e declarações de guerra, que agora utilizam Drones com aparatos militares, e os acordos políticos e econômicos que agora ganham uma dinâmica deferente a cada espaço de tempo. Essa é a maneira que o capitalismo busca se reorganizar e impor as suas novas regras de comportamento e padrões de consumo.

Nesta semana fomos surpreendidos com a notícia de que o Brasil, que tem como o seu chefe maior do Estado o então Presidente Jair Bolsonaro, terá maior atenção de Donald Trump, presidente dos EUA, a respeito do pleito brasileiro de ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Os EUA querem que o Brasil se torne o próximo país a iniciar o processo de adesão à OCDE. O governo brasileiro está trabalhando para alinhar as suas políticas econômicas aos padrões da OCDE enquanto prioriza a adesão à organização para reforçar as suas reformas políticas”, apontou a embaixada dos EUA em Brasília.

Essa organização tem como princípio organizar o processo de desenvolvimento econômico de cada país membro a partir da promoção de debates, análises coleta de dados e vigilância por parte desses que ao todo somam 36 países membros dessa organização. A OCDE foi fundada em 30 de setembro de 1961 na França, quando Canadá e EUA se unem à Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OECE). Esta última tinha como princípio estabelecer as formas de funcionamento e do uso do financiamento promovido pelos EUA através do Plano Marshall, que tinha por sua vez o objetivo de ajudar economicamente na reconstrução de países europeus, que por sua vez alinharam suas economias ao estilo norte americano.

Desde 1996 o Brasil tem relações com alguns comitês da OCDE, mas de fato nunca entrou de fato para a organização, até que em 2012 foi convidado a participar do Programa de Engajamento Ampliado, o que fortaleceu a presença do país na organização. Segundo o Ministério da Educação, o principal órgão educacional da OCDE é o Comitê de Políticas Educacionais (Education Policy Committe). Criado em 2007 coordena toda as atividades correspondentes a essa área. O objetivo é auxiliar os países membros e parceiros a promover uma educação alinhada com o sistema capitalista.

Se houver aceitação ao início do processo de entrada, o Brasil passará a ser fiscalizado por comissões temáticas, nomeadas pelos países-membros, quanto ao cumprimento de recomendações da OCDE em setores, como meio ambiente, saúde, responsabilidade fiscal e combate à lavagem de dinheiro, seguido por normas neoliberais. Todo esse procedimento pode levar até 5 anos.

Todos sabemos (e sofremos) as consequências trazidas pelas políticas do imperialismo norte americano em povos como o nosso. Eles usam discursos aceitáveis ​​e chamam a imposição das regras imperiais de jogos de “promoção de debates”. Os Estados Unidos precisam do Brasil para avançar com reformas de ajuste contra o povo em toda a América Latina. Esta notícia não é exatamente uma “boa notícia” e teremos que enfrentá-la nas ruas porque são nossos direitos que estão em risco.

Alternativa Socialista