França: Nas redes sociais aumenta a rejeição ao candidato Bolsonaro

 

França: Nas redes sociais aumenta a rejeição ao candidato Bolsonaro

 

Esta semana começou a circular o manifesto que cerca de 400 intelectuais, economistas, empresários, cientistas e artistas brasileiros, asseguram que “mais que uma eleição, a candidatura de Jair Bolsonaro representa uma ameaça ao patrimônio civilizatório primordial”. Ainda que todos que assinam o manifesto declarem que no próximo 7 de outubro votarão em pessoas e partidos diferentes, todos tem em comum “o compromisso com a democracia”.

 

O manifesto, chamado “Democracia Sim”, foi divulgado nas redes sociaise pede responsabilidade na decisão eleitoral já que, apontam, que se Bolsonaro for eleito como presidente, seria colocada em risco a democracia do país. Entre as assinaturas estão os artistas Alice Braga, Walter Salles e Caetano Veloso.

 

O manifesto se soma aos movimentos digitais que buscam retirar votos de Bolsonaro, ex-capitão do exército que se candidata à Presidência pelo Partido Social Liberal. Sua candidatura tem estado envolvida de polêmicas por suas mensagens misóginas, homofóbicas, racistas, assim como a defesa dos métodos de tortura usados durante a ditadura militar brasileira, entre 1964 e 1985.

 

A última a se unir na companha contra o candidato foi a estrela pop brasileira Anitta, através de um vídeo publicado em sua conta do twitter, que conta com mais de 7 milhões de seguidores.

 

As hashtags #EleNão e #EleNunca tomaram conta das redes sociais em uma rejeição coletiva ao candidato. Esta campanha foi criada pelo grupo do Facebook “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” que conta com quase 3 milhões de participantes. A campanha se estendeu com a criação de mais de 40 grupos de mulheres, evangélicos, ateus, judeus, cristãos e LGBTs, todos abertamente contra os valores que Bolsonaro defende. Além disso, transcendeu fronteiras. Por exemplo, no Chile, o Movimento Anticapitalista / Juntas na Esquerda apoia a campanha. A decisão de “apoiar hoje em dia a luta que estão levando as mulheres no Brasil contra Bolsonaro deveria ser de todo o movimento feminista a nível mundial porque o avanço deste tipo de discursos significa um retrocesso para todas nós”, disse a militante Maura Gálvez.

 

O movimento passa o virtual e chega às ruas, ao ser convocado pelas redes sociais uma marcha nacional para o próximo dia 29 de setembro. As assinaturas das celebridades no manifeste e sua adesão a causa alimenta a manifestação que já está prevista para acontecer em 70 cidades brasileiras, assim como uma dezena de capitais na Europa e América. Para algumas mulheres brasileiras radicadas em Paris, é a oportunidade para se unir e dizer juntar #EleNão e #EleNunca. “Somos mulheres que tem pensamentos diferentes, de esquerda ou de direita, mas que estão contra as ideias que este candidato prega. Acreditamos que é necessário fazer uma manifestação para dizer que estamos contra estas ideias, em grande parte misóginas, homofóbicas e racistas”, disse uma das manifestantes que prefere não se identificar.

 

Apesar dos múltiplos coletivos contrários, o candidato de extrema direita é o preferido dos brasileiros para as eleições presidenciais do próximo 7 de outubro com 28% a favor, seguido por Fernando Haddad, o sucessor então preso ex-presidente Lula, como candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) e quem a última pesquisa publicada na segunda-feira lhe atribui 22% dos votos. Porém, segunda esta recente pesquisa, se estes dois candidatos chegam ao segundo turno, Haddad ganharia.

 

Entrevistadas: Maura Gálvez, militante, Movimento Anticapitalista / Juntas na Esquerda do Chile e Brasileira em Paris que prefere não se identificar

Fonte: RFI