Argentina: Macri sai, o FMI e o ajuste ficam. Fortalecer a FIT-Unidade nas ruas e no Congresso


Entramos na campanha até as eleições gerais em meio a uma profunda crise e o desmoronamento do governo nacional. O candidato Fernández e o PJ se preparam para governar e adiantam que continuarão com o FMI com novas negociações. Apenas a FIT Unidade propõe outra saída. A importância de fortalecer a unidade da esquerda no país e também conquistando novas bancadas. Vamos para um grande ato da FIT Unidade no dia 5 de outubro.

Não é um segredo para ninguém que Macri saiu morto das PASO e que faça o que faça, é quase impossível que se recupere nas eleições gerais do massivo repúdio que sofreu no mês passado. Por isso o FMI já quer negociar com o novo governo que surja e o próprio Fernández passeou na Europa quase como um presidente eleito.

Em meio a isso, assim como é evidente que o macrismo é grande responsável de ter traído o FMI e sob seus planos de afundar nosso país econômica e socialmente, também é claro que teve como cúmplices os governadores do PJ, deputados e senadores que votaram todo tipo de leis e a burocracia sindical que deixou o ajuste passar, enquanto na esquerda os enfrentamos consequentemente nas ruas durante todo seu mandato.

Está claro que diante do desastre do Cambiemos e o FMI, milhões votaram em Fernández e na Frente de Todos para tirar Macri do caminho e esperam depois das eleições um país melhor. Porém, é bom ir vendo a realidade, para ver se as medidas e planos que Fernández antecipa possam melhores de verdade a situação.

Então não podemos deixar de dizer, alertar, que se propõe seguir nos marcos do FMI, diz renegociar os pagamentos mas pagar toda a divida fraudulenta, na qual impedirá destinar esses recursos milionários pra solucionar graves problemas sociais. Também vai continuar com o atual modelo financeiro, sem nenhuma profunda mudança no sistema feito para permitir a fuga de capitais e o hemorragia econômica do país.

Diante de um país de enormes riquezas naturais e estratégicas Fernández se reúne com os governadores de estados mineiros apoiando seu modelo de acordo com corporações que vem destruindo tudo. E no lançamento do seu livro em Misiones, CFK insistiu que “depois de recuperar YPF, realizamos o contrato com Chevrón. Lá fora querem fazer acreditar que estamos contrários, mas fui eu a que fez o contrato com a Chevrón” marcando sua vontade de ser associada a corporações sinistras. Enquanto o candidato a presidente da Frente de Todos lhe dá plenas garantias para a Mesa de Negociação de que poderão continuar com seus negócios sujos de um nocivo modelo de expansão da soja, entre outros males.

Diante de tudo isso, não podemos deixar de dizer, que na história do país repetidas vezes já vimos candidatos que propuseram coisas que depois não cumprem, como vimos exemplos de quem na medida que se aproximam do poder vão fazendo “discurso bonito” e se concentrando em acordar com os poderes econômicos e corporativos. Foi a norma das castas políticas dos partidos tradicionais. Nada indica que agora, não possa terminar sendo igual.

A esquerda é clara e está sempre do mesmo lado

A diferença de quem vai fazendo panquecas ou vão mudando suas propostas de acordo com a ocasião, a FIT Unidade, como única expressão de unidade da esquerda em nosso país, tem propostas sólidas e concentradas diante da crise. Não nos movemos por cálculos oportunistas, temos ideias e as defendemos. Queremos terminar com a fuga de milhões de dólares com duas medidas claras; nacionalizar a banca e não reconhecer a ilegítima dívida externa.

Propomos romper com o FMI e avançar em um modelo econômico e social onde a crise seja paga pelos capitalistas e os recursos sejam usados em favor das e dos trabalhadores, as maiorias populares e a juventude. E além disso, antes, durante e depois das eleições, impulsionamos e apoiamos as lutas sociais. É aí onde vai nos encontrar, sempre onde se tem que estar.

Por novas bancadas da esquerda

De frente para o próximo país, é preciso fortalecer a esquerda que se une. É preciso sentir nas eleições de outubro que milhares apoiam e votam na nossa chapa presidencial com Nicolás del Caño e Romina Del Plá, como expressão de uma importante porcentagem de trabalhadores e jovens que apoiam nossas propostas.

E também é muito importante o voto na esquerda para conquistar novas e novos deputados nacionais e da Cidade de Buenos Aires. Diante do ajuste que continuará e na tentativa de atacar conquistar sociais, será muito importante junto com lutar nas ruas, conquistar uma maior presenta no Congresso e a legislatura. Para que tenham vozes que representam propostas alternativas e coloquem a disposição de cada luta. Por isso impulsionamos o voto em Myriam Bregman, Cele Fierro, Alejandro Bodart e outras lideranças da CABA. Em Néstor Pitrola, Guillermo Pacagnini, Vilma Ripoll e demais lideranças em Buenos Aires. E por todas nossas referencias e candidates em cada estado do país. Pelo hoje e pelo futuro, vamos fazer mais forte e maior a esquerda que se une. Como parte disso, já começamos a nos preparar para realizar um enorme ato e fato político no próximo sábado 5 de outubro, quando a FIT-Unidade realizará seu principal ato, na Av. 9 de Julho, e simultaneamente em muitas cidades do país. Seremos milhares nas ruas apoiando esta unidade da esquerda.


Sergio García