1° Congresso da LIS: Resolução sobre as lutas socioambientais

Considerando que:

  • O 1º Congresso Mundial da LIS debateu este ponto com base na contribuição publicada no BDI Nº 7. O debate coletivo no Congresso foi enriquecido com as várias contribuições acolhidas como ponto de referência para esta resolução;
  • Com base nisso, afirmamos que a dinâmica do capitalismo em seu tempo de decadência irreversível é a causa de uma crise civilizatória geral e, com ela, impacta particularmente nas condições socioambientais de vida no planeta;
  • Em particular, a dependência como matriz energética de combustíveis fósseis e a superprodução/superconsumo irracional, juntamente ao agronegócio industrial capitalista, geram uma emissão descontrolada de gases de efeito estufa que causam o chamado fenômeno do aquecimento global;
  • Além disso, na América Latina e em outros continentes, o padrão de acumulação/produção capitalista é conhecido pelo nome de “extrativismo” e consiste em uma mercantilização geral da natureza, expropriação territorial de camponeses e comunidades indígenas com o uso de modalidades de apropriação de bens comuns – matérias-primas altamente predatórias e poluentes, como o agronegócio, fracking, mega-mineração ou pavimentação urbana para especulação imobiliária;
  • No sul da Ásia, grandes cidades na Índia, Paquistão e Caxemira sofrem o impacto da poluição urbana, da poluição e da mudança nos cursos d’água, afetando a vida de centenas de milhões de pessoas;
  • Na Europa Oriental, existem regiões inteiras afetadas por plantas industriais capitalistas que afetam a saúde de seus trabalhadores e das comunidades que habitam a área;
  • No Oriente Médio, o impacto da crise de infraestrutura em países como o Líbano, coloca os desastres sócio-sanitários tão elementares quanto os resíduos;
  • Todos esses impactos na natureza (incluindo o desmatamento no Brasil ou os grandes incêndios na Austrália) e na saúde das pessoas têm como causa básica a busca pelo lucro capitalista;
  • Amplia fome e a miséria dos trabalhadores do mundo e da grande maioria das pessoas que vivem nos países da Ásia, África, Oriente Médio e América Latina.
  • A classe operária e os pobres são os mais afetados pela crise ecológica do capitalismo imperialista.
  • Existem formas de produção superiores até em eficiência e desempenho e não poluentes (ou com efeitos socialmente controláveis). Portanto, não existem obstáculos tecnológicos para modificar o modelo econômico, mas sim o interesse privado do capital;
  • Em todo o mundo, diante das consequências socioambientais do sistema capitalista, estão ocorrendo movimentos de resistência;
  • Em particular, o movimento protagonizado pela juventude, além das lutas em todos os demais continentes contra as diferentes formas de predação ecocida, estão crescendo e colocando esses problemas em uma escala crescente de massas (embora ainda desiguais em seu desenvolvimento);
  • Os socialistas revolucionários, baseados no método marxista e no Programa de Transição, devem intervir e dar uma resposta antissistêmica positiva, na ação, na política e no programa;

O 1º Congresso Mundial da LIS resolve:

  1. Intervir o máximo possível em todos os processos de luta e mobilização socioambiental que acontecem nos diferentes países onde atuamos, com foco especial naqueles que mobilizam a vanguarda jovem. Coordenar intervenções comuns de toda a LIS nas ações internacionais relativas ao clima, organizadas pelas potências capitalistas ou pelo calendário do movimento.
  2. Realizar palestras, fóruns, conferências e atividades de agitação e propaganda para divulgar nossas posições em relação a este processo nos diferentes países.
  3. Continuar polemizando em artigos permanentes contra as posições do “capitalismo verde” e do reformismo em todas as suas variantes.
  4. Levantar uma política revolucionária e socialista sobre o tema que suscita uma transição centrada na reconversão geral da economia, trabalho-profissional da classe trabalhadora, incluindo o planejamento democrático de toda a produção e consumo, tendo a classe trabalhadora como sujeito social.
  5. Levar aos movimentos a nossa estratégia para elevar o movimento social à perspectiva política, apostando na captação dos melhores quadros de vanguarda, para construir nossas organizações na LIS.
  6. Convocar um Encontro Mundial com este eixo, organizado pela direção da LIS eleita neste 1º Congresso.