Conferencia eleitoral do PSOL-RN: Carta a militância do PSOL Potiguar e a Conferência Eleitoral.
Por um PSOL com independência e combatividade nas eleições de 2022
O PSOL deveria ter realizado em 2021 um processo de prévias com amplo debate para definição do seu programa e seus candidatos majoritários. Nos primeiros meses deste ano de 2022 nossas candidaturas majoritárias já deveriam estar construindo uma grande caravana em todo Rio Grande do Norte, agitando e convocando as bases militantes do partido, debatendo publicamente a revogação da Reforma da Previdência promovida pelo Governo Fátima Bezerra, discutindo a desmilitarização da autoritária Polícia Militar do Estado, defendendo a demarcação de terras indígenas contra o avanço do agronegócio e somando-se em todas iniciativas contra o Governo Bolsonaro, sem abandonar as ruas.
O Congresso do PSOL rejeitou a proposta de prévias apresentada e defendida pelas organizações Liberdade Socialismo e Revolução (LSR), Nova Práxis, Grupo de Ação Socialista (GAS), Avança, LRP, Primavera Socialista, COMUNA, Mandato do Professor Robério, aprovando a proposta de resolução do campo majoritário de construir uma Conferência Eleitoral até o final de 2021. A resolução congressual não foi cumprida e a conferência não ocorreu no final do ano passado.
Neste domingo (6/2), ocorrerá a Conferência que infelizmente só tem homens inscritos para representar o PSOL nas disputas pelo Governo do Estado e o Senado, pelo que alguns companheiros opinam devemos adiar a decisão das candidaturas. É necessário defender a democracia interna e as instâncias de debate e decisão que o estatuto estipula. Desconhecer a conferência eleitoral para definir as candidaturas do partido é um caminho errado que vai no sentido contrário a esta defesa.
Paralelamente ao debate político travado no Rio Grande do Norte, na esfera nacional do PSOL, os setores majoritários do partido operam com rapidez por uma Federação partidária com a Rede da Marina Silva e do senador Randolfe Rodrigues. Enquanto isso, Guilherme Boulos desmoraliza e achincalha o PSOL como alternativa de classe ao anunciar publicamente seu apoio à candidatura de Lula à Presidência da República na recente posse da nova direção do sindicato dos metalúrgicos do ABC paulista. Para nós, o PSOL não pode se somar a reedição de um Governo social-democrata de conciliação de classes, tendo Geraldo Alckmin como vice-presidente, correndo o risco de perder seu sentido original de existência.
Por um PSOL que mantenha viva seu sentido de existência e que possa atuar como um partido necessário, com independência e combatividade nas eleições de 2022 e nas ruas, defendemos nesta Conferência Eleitoral do PSOL Potiguar:
1. Moção de Apoio a candidatura socialista de Glauber Braga à Presidência da República, para enfrentar o bolsonarismo, sem ilusões com a política de conciliação de classes que pavimentou o caminho para o crescimento da extrema direita no Brasil e no mundo.
2. Moção de Repúdio à Federação com a Rede. O PSOL não pode confundir seu projeto com os partidos da social-democracia progressista e perder a defesa do Socialismo como horizonte estratégico. Defendemos a Frente de Esquerda Socialista com PSOL, UP, PCB e PSTU.
3. Defendemos o nome do professor Modesto Neto como candidato a vice-governador pelo PSOL nas eleições de 2022, por um PSOL independente, combativo e enraizado nas lutas.
4. Defendemos a Conferência Eleitoral do PSOL, enquanto instância democrática para definição de suas candidaturas majoritárias. Não podemos permitir que a letargia com a indefinição dos nossos nomes continue. Um passo à frente é necessário e urgente.
5. O PSOL não pode ter uma chapa majoritária sem a presença das mulheres que estão cotidianamente nas lutas. Por isso, defendemos que a Conferência do PSOL aprove uma Conferência das Mulheres do PSOL, auto-organizada pelas mulheres e com as mulheres, para indicação de uma mulher candidata ao Senado pelo partido.
6. Caso o PSOL nacionalmente avance com uma Federação com a Rede, no Rio Grande do Norte, onde esse partido da social-democracia é minúsculo, devemos seguir sem concessões e diluição do nosso projeto, por candidaturas abertamente socialista. Por um PSOL com cara própria em todas as disputas majoritárias.
Rio Grande do Norte, em 5 de fevereiro de 2022.