A Crise Ambiental é um Risco para o Povo Trabalhador
Por João Pedro Ambrosi, do Coletivo VESPA (Veganismo Solidário Popular e Anticapitalista) e da Alternativa Socialista/PSOL, LIS-Brasil.
Novos deslizamentos de terra ocorrem no Brasil, desta vez na região sul do país, na BR-376, no Estado de PR. Os deslizamentos afetam diretamente a vida da classe trabalhadora. Esses recentes casos nos apresentam três temas para reflexão, que por fim acabam sendo resultado da gestão do sistema capitalista. Primeiro: a falta de investimento em obras de contensão de desastres naturais. Segundo: como esses desastres sempre afetam a classe trabalhadora. Terceiro: a destruição do solo pela necessidade da geração de lucro.
Cada vez mais o estado usa seus “gastos” em favor da burguesia, deixando de fazer o mínimo para manter uma estrutura segura às classes abastadas. O resultado da chuva torrencial que ocorreu no sul do país é um grande exemplo, o não investimento em obras de contensão de deslizamentos de terra resultou em uma catástrofe. Esse tipo de ocorrência tende a se tornar cada vez mais comum no Brasil e no mundo, pois há falta de investimento em projetos que previnam catástrofes climáticas. Temos ainda o aumento das médias históricas de chuva, causada pelo aquecimento global.
Todo esse impacto bate diretamente na classe operária, que ao fim perde sua vida, sua casa e seus bens. As duas vítimas, João Maria Pires e Márcio Rogério de Souza, desta catástrofe no Paraná eram trabalhadores, ambos motoristas de caminhão. Esse é o resultado da falta de interesse da classe burguesa, que comanda a política de estado, pela vida dos operários que geram riqueza para eles. Nesse sistema regido pelos mais ricos, a tendência é a crise climática crescer, proporcionalmente tendo mais trabalhadores sendo sacrificados em favor do lucro capitalista.
A falta de vontade do poder público é proposital, entendem que qualquer investimento em favor dos menos favorecidas é um custo. Deixam os desastres acontecerem, depois tomam medidas de emergência que não resolvem nada. Enquanto isso derramam bilhões no bolso das classes burguesas (da burguesia), mantendo a desigualdade cada vez maior. Os desastres ambientais geram mais comoção pela perda de faturamento do que pela perda das vidas.
A ocupação irregular do solo e o desmatamento indiscriminado, dificultam a absorção de água. Juntando isso com o aumento no volume de chuvas e tormentas provocadas pelo aquecimento global, temos como resultado os deslizamentos de terra, enchentes e desmoronamentos. A ação humana é o maior causador destes desastres, sempre uma ação humana regida em favor do desenvolvimentismo capitalista.
O meio ambiente é o que nos mantém vivos, por isso olhar para ele como um meio a ser tomado pelo proletariado é tão importante. O avanço infinito do capitalismo é prejudicial ao nosso ecossistema, acaba também sendo prejudicial à classe trabalhadora e aos mais pobres. O debate ecossocialista nos mostra uma possibilidade de construir uma sociedade que tenha em sua concepção maior cuidado com o ecossistema global.
Uma sociedade que planifique sua produção, distribuição e comércio ao serviço das necessidades das maiorias e não do lucro de uns poucos empresários. O ecossocialismo é o único caminho para construir um mundo sem fome e sem desastres climáticos que provocam mortes, o povo trabalhador e pobre tem essa grande tarefa na frente e nós, ecossocialistas da Alternativa Socialista-PSOL no Brasil e a LIS, no mundo, estamos ao serviço dela.
Que a luta contra a exploração capitalista seja a luta por uma sociedade que viva em um sistema ecologicamente equilibrado.