Suprema corte eleitoral: a serpente cega aos delitos do Presidente Genocida

Por Modesto Neto – Alternativa Socialista/PSOL, LIS Brasil

Lula nunca enfrentou os setores dominantes do Estado brasileiro. Na verdade, operou no sentido contrário: aliou-se a estes (tornou-se confadre de Sarney e seu entourage, por exemplo) e adaptou-se rapidamente a agenda neoliberal quando tocou seus dois governos (2003-2010).

Quando Lula estava sendo encurralado pela dita “justiça brasileira”, o juiz ladrão Sérgio Moro, vendido como paladino anticorrupção que cavalgada a Lava Jato, vazou vários áudio do ex-presidente em ligações.

Numa conversa reservada e indignado Lula brandou ao seu interlocutor: a suprema corte se apequena e se acovarda. Isso não é o retrato de um momento. As palavras do Lula servem pra caracterizar o que é a justiça brasileira.

Nesta semana, o TSE, atendendo pedido de Bolsonaro e seu novo partido, o PL, apontou propaganda eleitoral antecipada na manifestação da cantora Pablo Vittar no Festival Lollapalooza em apoio ao Lula e vetou “atos” do tipo em festivais.

A decisão é um escárnio antidemocrático. Qualquer artista deve ter o direito de se manifestar politicamente em qualquer lugar. Essa é a nuance mais óbvia.

O que precisamos reparar é o silêncio monumental dos tribunais sobre os crimes eleitorais que Bolsonaro e sua trupe comete cotidianamente. Inclusive: utilizando recursos federais para autopromoção do Presidente.

Os argentinos tem um ditado popular que diz: a justiça é como uma serpente, só pica os descalços. No caso brasileiro, acrescento eu: a serpente brasileira tem duas cabeças, mas ambas são cegas aos crimes do Presidente corrupto e genocida.