A atualidade da luta pelo Fora Bolsonaro e a construção de uma alternativa política de esquerda e radical

Por Movimento Esquerda Radical – PSOL

A crise social é uma realidade desesperadora no país. Os ataques do governo federal, como dos estaduais e municipais são constantes contra o povo trabalhador e pobre. Não há um minuto de tranquilidade para a maioria da população. A carestia da vida, a inflação atingindo a cesta básica de alimentos, o congelamento salarial, o desemprego, entre outras consequências da crise econômica capitalista, configuram um cenário desolador de pobreza e fome crescente.

Enquanto o poder econômico discute como controlar a crise política de um governo Bolsonaro sem rumo, os banqueiros pressionam para garantir seus lucros e os compromissos com o grande capital pelo pagamento da usurpadora dívida pública. Essa tensão no andar de cima do poder provoca frentes de conflitos constantes porque a única saída que tem é a derrota de um povo que, com todas suas limitações e debilidades, resiste e enfrenta os ataques. Mas com um governo debilitado e perdendo base social dia após dia, a burguesia vê esta possibilidade recuar no horizonte próximo.

É por isso que montaram o cenário da CPI da Covid-19, apresentando personagens muito aguerridos num filme que demonstrou as atrocidades de um verdadeiro genocídio provocado pelo governo Bolsonaro, mas que não terá consequência direta na vida dos 99% da população que hoje tanto sofre. O presidente foi indiciado por nove crimes, dentre eles “crimes contra a humanidade (nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos)”, ainda assim, continua governando e mantendo a mesma política de extermínio e morte. Parece brincadeira, mas não é, trata-se de uma política consciente de desgaste do governo com o objetivo de chegar até outubro de 2022. O acordo no andar de cima de políticos que respondem ao poder econômico e financeiro no Brasil é o de desidratar Bolsonaro, mas mantendo-o para que finalize a agenda de desmonte e reformas pela qual foi levado à presidência.

A saída eleitoral contra a mobilização pelo Fora Bolsonaro

Mesmo que o povo trabalhador e pobre ainda não tenha demonstrado sua raiva ao governo nas ruas em atos de massas, é indiscutível a força que possui para tirar esse governo genocida. Em maré contrária à organização da maioria, estão as grandes direções políticas, sociais e sindicais. É criminoso não apostar todo o peso político na construção do Fora Bolsonaro nas ruas e escolher a saída eleitoral para derrotar o governo. Essa é a política que Lula, o PT e grande parte das direções que conduzem a “Campanha Fora Bolsonaro” tiveram para conter o processo de levante nas mobilizações dos meses de junho, julho e agosto. É assim que se provocou um recuo nesse processo que estava em crescimento. Infelizmente algumas correntes do PSOL, partido na qual fazemos parte, concordam com essas direções e se negaram à construção de um polo de esquerda independente para fortalecer a mobilização.

O Movimento Esquerda Radical apostou desde o princípio nos atos “Fora Bolsonaro” no país e discutiu a necessidade de construir uma Greve Geral que colocasse a classe trabalhadora na ofensiva contra o governo Bolsonaro. Como parte da “Coordenação Povo Na Rua” continuamos insistindo na urgência de tirar esse governo hoje, sem esperar as eleições e sobretudo sem confiar nessa saída. Só a luta nas ruas pode derrotar o plano de guerra contra o povo desse governo.

Construir a alternativa política de esquerda e radical!

É por isso que estamos com os servidores e servidoras públicas que enfrentam a Reforma Administrativa (PEC 32) do governo federal e os ataques de governadores e prefeitos em cada estado e cidade. É urgente organizar a luta contra o governo e os patrões. Todo apoio às campanhas salariais e aos que lutam por emprego, salário/renda, comida, por mais e melhores serviços públicos, gratuitos e de qualidade.

Estamos pela construção de uma alternativa política independente e pela frente de esquerda socialista nas lutas e nas eleições contra as receitas da conciliação de classes. Somos a esquerda radical que defende um programa socialista diante a crise brutal que vivemos e propõe uma alternativa política da classe trabalhadora, das periferias, das mulheres, da diversidade LGBTQIA+, da negritude, dos povos originários, da juventude precarizada, dos estudantes e todos os setores que vivem a exploração, opressão e violência de um sistema que não tem mais que fome, destruição e morte para oferecer. Vem com a gente somar forças na Esquerda Radical!